Ferramenta do NIC.br traz diagnóstico da conectividade em estabelecimentos públicos de saúde no país


30 MAR 2022



Resultado de um acordo de cooperação com o Conasems, iniciativa ajudará gestores na tomada de decisões, além de otimizar o compartilhamento de prontuários médicos entre unidades

O uso de Internet avançou nos estabelecimentos públicos de saúde no Brasil durante a pandemia COVID-19, conforme mostrou a edição mais recente da pesquisa TIC Saúde. Mas qual é o desempenho das conexões Internet nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais, entre outros estabelecimentos? Para ajudar gestores da área a terem uma fotografia da realidade e na tomada de decisões sobre o tema, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) desenvolveu, a partir de um acordo de cooperação com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a plataforma Conectividade na Saúde, que é alimentada com dados do Sistema de Medições do Tráfico de Internet (SIMET) e foi lançada hoje (30/3), em evento on-line.

“Em linhas gerais, é uma iniciativa que estimula a instalação gratuita de medidores SIMET em todos os estabelecimentos públicos de saúde do país. Nessa primeira etapa, a prioridade é focar naqueles que trabalham com atenção primária, caso das Unidades Básicas de Saúde. O NIC.br disponibilizará um painel em que todas as medições estarão abertas ao público. Quanto maior a adesão, mais informações provenientes das aferições abastecerão o site”, explica Cristiane Millan, analista de projetos do NIC.br, acrescentando que o critério para instalar o medidor é ser inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

“Ao digitar o código CNES na ferramenta, o gestor, caso tenha feito a instalação do SIMET, terá acesso aos resultados da medição em sua unidade. Entres os dados disponíveis estão métricas como latência (medida de tempo para uma mensagem ir a um destino e voltar), velocidade de download, upload e perda de pacotes. É possível observar, ainda, o histórico da qualidade da rede num período de até 60 dias, além de compará-la com a mediana de conexão à Internet do entorno (mesmo setor censitário), o que permite avaliar a possibilidade de contar com um serviço melhor. A plataforma fornece ainda uma lista de provedores que atuam na localidade”.

Já na seção “Dados de instalações no Brasil”, gestores da área de saúde poderão acompanhar e gerenciar o andamento do processo de instalação dos medidores SIMET-Saúde em sua cidade ou estado. A plataforma possibilita, também, consultar a proporção de estabelecimentos que não têm acesso à Internet, permitindo buscas conforme a localidade desejada.

“O projeto está em fase inicial. Nesse primeiro momento, está disponível apenas a consulta ao desempenho da conectividade de um estabelecimento por vez, mas a expectativa é de que, num futuro próximo, a plataforma apresente um mapa com a sumarização de dados globais sobre as medições”, adianta Milton Kashiwakura, diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br.

Intercâmbio de dados
Paulo Kuester Neto, analista de projetos do NIC.br, enfatiza que um dos propósitos da iniciativa é ajudar a promover a integração entre os estabelecimentos de saúde, de forma que informações e exames sejam compartilhados via prontuário eletrônico, facilitando a rotina dos profissionais da área, dos usuários dos serviços e dos próprios gestores. “De posse do histórico do paciente, o médico, por exemplo, terá condições de fazer uma avaliação mais abrangente, tornando o atendimento mais célere e completo. As unidades voltadas à atenção primária, onde é feita a primeira triagem, poderão fornecer dados para estabelecimentos de áreas mais especializadas. Para viabilizar tudo isso, é preciso contar não apenas com Internet, mas com uma conexão de qualidade, justamente o que nossa ferramenta verifica. Por essa razão, ela tem papel estratégico”.

"Uma ferramenta para reunir dados sobre a qualidade da internet nas Unidades Básicas de Saúde é primordial para compreender a que passos estamos para a informatização do SUS e para implantação de plataformas essenciais para agilidade no trabalho dos profissionais de saúde e do controle de dados, como é o caso da implantação do prontuário eletrônico. Afinal, para conseguir que a informatização da rede funcione da forma devida, precisamos garantir que exista uma conexão de internet de qualidade nesses estabelecimentos”, destaca Diogo Demarchi, Assessor técnico do Conasems.

Além do intercâmbio de informações, uma boa conectividade oferece condições técnicas para a execução de atividades de telessaúde, como a teleconsulta, modalidade regulamentada de forma emergencial durante a crise sanitária desencadeada pela COVID-19. “Em síntese, a tecnologia facilitaria o atendimento de comunidades mais isoladas, em locais de difícil acesso”, completa Kuester Neto.

O lançamento da plataforma ocorreu em um evento on-line, que contou com a participação de especialistas do NIC.br, do Conasems e das Secretarias Municipais de Saúde de Cascavel (PR) e Ivaiporã (PR). Mais detalhes sobre o “Conectividade na Saúde” estão disponíveis em https://conectividadenasaude.nic.br/. Para rever o lançamento da plataforma, acesse: https://youtu.be/8A5vSy0qWO8

Sobre o Ceptro.br
O Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações do NIC.br – Ceptro.br (https://ceptro.br/) tem por objetivo desenvolver projetos que visem a melhoria da qualidade da Internet e disseminar o seu uso, com especial atenção para seus aspectos técnicos e de infraestrutura. Para tanto faz medições, análise e projetos para melhorar a qualidade da Internet no Brasil, estimulando seu uso responsável e incentivando a adoção de boas práticas operacionais e de tecnologias relevantes. As ações em curso envolvem: o Portal Medições (https://medicoes.nic.br/), que reúne soluções para verificação da qualidade da Internet para consumidores, provedores e órgãos públicos, realizadas por meio do Sistema de Medição de Tráfego (SIMET); a disponibilização de servidores de tempo (NTP.br) que permitem a sincronização gratuita e segura com a Hora Legal Brasileira; o compartilhamento de caches de CDNs com o OpenCDN (https://opencdn.nic.br), possibilitando uma distribuição mais estruturada do conteúdo na Internet; cursos, eventos e outras atividades (https://ceptro.br/cursos-eventos), contribuindo para a capacitação da comunidade técnica da Internet e para a adoção de tecnologias importantes como IPv6 e RPKI; criação e disseminação de conteúdo com o Cidadão na Rede (https://cidadaonarede.nic.br), oferecendo orientações práticas para o melhor uso da Internet, no formato de vídeos curtos; entre outras atividades. 

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provem de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte:  Registro.br (https://registro.br), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/). 

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/

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