Conheça as cinco soluções para Brumadinho selecionadas pelo "Mover-Se na Web"


08 OUT 2020



Programa do Ceweb.br visa a promover o desenvolvimento da cidade mineira com o uso de tecnologias web, de modo a amenizar problemas decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos de minério no município


“Incentivar o uso de tecnologias Web e o empreendedorismo, para encontrar soluções para problemas e demandas reais da sociedade”. Foi norteado por essa ideia que o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), lançou em 2019 o programa "Mover-se na Web: Brumadinho", uma iniciativa que visa a apoiar projetos de pesquisa com potencial de negócio ou de mitigação de problemas na cidade mineira, atingida no mesmo ano pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de minério. Na terça-feira (6/10) foram apresentadas, em evento on-line, as cinco propostas selecionadas pela iniciativa. O programa recebeu 26 projetos elaborados por estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes regiões do país. Todos passaram pelo crivo de dez pareceristas.

“A primeira etapa foi realizada em agosto de 2019, quando fomos a Brumadinho, junto com outros especialistas. Fizemos um levantamento das necessidades locais com 12 organizações locais e moradores, numa dinâmica de priorização das demandas para compreender em quais delas deveríamos focar”, conta Jefferson Silva, especialista do Ceweb.br e coordenador técnico do programa.

Após essa sondagem, foram elencados os temas mais urgentes com base nos anseios da população. São eles: a construção de soluções para fortalecer redes de mulheres, priorizando trocas culturais e as identidades locais; a elaboração de soluções de vigilância ambiental, focando na preservação do meio ambiente; a ampliação da oferta de arranjos de matrizes sustentáveis, por exemplo relacionadas ao monitoramento de recursos hídricos, e soluções que conectem produtor e consumidor.

Além dos representantes dos projetos selecionados, participaram do evento Marcio Nobre Migon, Coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br); Hartmut Glaser, Secretário Executivo do CGI.br; Paulo Alvim, Secretário Nacional de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; Rodrigo Diniz Mascarenhas, Subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais; Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br/NIC.br, e Ruben Delgado, presidente da Softex. Também estiveram on-line representantes de organizações sociais da comunidade de Brumadinho. 

O programa "Mover-se na Web: Brumadinho" é uma iniciativa conjunta do CGI.br, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), por meio da Secretaria de Empreendedorismo Inovação (SEMPI), e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conta com o apoio da Anatel, Governo do Estado de Minas Gerais e Softex. 

“Agora é o momento das organizações locais e da comunidade aderirem ao programa para, não somente validarem as soluções em desenvolvimento, mas também atuarem como pontos focais locais para o engajamento da população, de tal maneira que ela possa desfrutar dos benefícios das soluções de base tecnológica simples e de fácil acesso. Os interessados devem entrar contato por e-mail manifestando a razão do interesse e como podem contribuir com o programa”, alerta Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br. 

Confira abaixo uma síntese dos cinco projetos selecionados para receber mentoria. Além de promover a capacitação dos estudantes em assuntos como tecnologias web e Internet das Coisas (em inglês, IoT), serão concedidas bolsas para financiar as propostas. Os projetos contarão, ainda, com a produção de vídeos educativos sobre empreendedorismo e tecnologias. 

  • Projeto Brumadinho Open Data Lake & Analytics (UFMG)

O projeto tem como objetivo criar um arcabouço tecnológico para integrar e agregar diferentes fontes de dados e, com isso, gerar um grande repositório que ajudará a mapear oportunidades, identificar necessidades e, por consequência, apoiar políticas públicas. A plataforma contará com ferramentas de ciências de dados e de inteligência analítica que possibilitarão a exploração e avaliação das informações, fomentando elementos que ajudem na tomada de decisões. Mais do que um projeto com uma aplicação final, a ideia é ter um arcabouço que permita gerar, a partir dele, inúmeras aplicações.

  • Projeto BrumadinhoCoin: Uma Moeda Ambiental Solidária (UFF)

A proposta foi elaborada para atender a três eixos principais: social, econômico e ambiental. O cerne do projeto consiste na criação de um mecanismo de incentivo à execução de ações concretas para a preservação ambiental das matas e bacias hidrográficas. Para isso, será desenvolvida uma plataforma web capaz de fazer a conexão entre empresas interessadas em executar serviços ambientais e pessoas da comunidade local dispostas a realizar as tarefas. Em troca, elas seriam remuneradas com a moeda virtual BCoin ou BrumadinhoCoin, que poderá ser usada no comércio local, incrementando a economia da cidade por meio do incentivo ao consumo.

  • Plataforma Tecnológica de Financiamento Coletivo de Projetos Inovadores das Mulheres de Brumadinho - SuperAÇÃO Coletiva (IF Sudeste MG)

Fortalecer a rede de mulheres locais por meio da criação de uma plataforma de financiamento coletivo, aliada a uma rede social. Essa é a síntese da proposta pelo IF Sudeste de Minas. Os integrantes do projeto perceberam que nas plataformas existentes não há uma conexão mais estreita entre os proponentes. A ideia, então, é que além do financiamento coletivo, haja a formação de uma rede social entre as participantes pela própria plataforma, incentivando a comunicação, a interação e a colaboração entre elas e, a reboque, promovendo o empoderamento feminino e gerando impacto social com propostas inovadoras. As informações poderão ser acompanhadas em tempo real.

  • Alerta Brumadinho - Solução Tecnológica para Denúncia de Crimes Ambientais em Brumadinho, Minas Gerais (UTFPR)

A motivação do projeto veio de uma inquietação de seus criadores. Eles perceberam que os canais tradicionais para denúncias de crimes ambientais ofereciam algumas barreiras de uso e queriam facilitar esse processo. Para isso, pretendem desenvolver uma plataforma web mais intuitiva, fácil de utilizar, ágil e transparente. O sistema contará com três tipos de usuários: o comum, que faz a denúncia; as ONGs ambientais, que irão validar o que foi denunciado, e os órgão públicos, cuja atuação está centrada na resolução dos problemas apontados. Por meio de um feed, semelhante à linha do tempo das redes sociais, os cadastrados na plataforma poderão acompanhar as denúncias – eles terão ainda um botão de interação para apoiá-las. Os crimes ambientais relatados poderão também ser visualizados em formato de mapa. A ideia é mostrar, de forma mais objetiva e abrangente, os locais na cidade onde há maior incidência dos delitos para que seja realizado o monitoramento dessas regiões.

A tecnologia terá um sistema de gamificação para incentivar e recompensar quem usar a plataforma. Ele estipulará metas que, caso alcançadas, resultarão em ações sociais, ambientais ou filantrópicas para o município, promovidas por empresas e ONGs parceiras.

  • Projeto Sistema de Monitoramento de Qualidade de Água de um Rio (IFPE)

A proposta é desenvolver um sistema tanto de hardware quanto de software capaz de fazer o monitoramento em tempo real da qualidade das águas do rio Paraopeba, que tem papel relevante para o abastecimento de Brumadinho e cidades do entorno. Um diferencial da tecnologia é o baixo custo, já que sistemas semelhantes, comumente utilizados por companhias de saneamento, são caros.

Por meio de painéis solares, as baterias serão carregadas, fazendo com que funcionem de forma autossuficiente. Sensores mergulhados na água realizarão a coleta dos parâmetros que serão analisados, e tecnologias de longo alcance viabilizarão a comunicação com um concentrador conectado à Internet. Assim, os dados coletados pela estação poderão ser agregados a um sistema web, no qual o usuário teria a chance de acompanhar informações sobre a qualidade da água. 

Sobre o Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web, fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos, pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais informações em https://www.ceweb.br/

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (https://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (https://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (https://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (https://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (https://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (https://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (https://www.w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://www.cgi.br/principios). Mais informações em https://www.cgi.br/.

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