1º Fórum Lusófono da Governança da Internet debateu múltiplas interações da língua portuguesa na rede
Evento foi acompanhado por mais de 300 pessoas durante os dois dias. Segunda edição está confirmada para 2024
Formado por espaços democráticos, diversos e de direitos multilíngues, o 1º Fórum Lusófono da Governação da Internet reuniu entre 18 e 19 de setembro, em São Paulo, representantes de países falantes de português, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe. Mais de 300 pessoas acompanharam de forma presencial e remota a edição inaugural do evento, organizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em conjunto com o .PT, a LusNIC, o INTIC (Instituto Nacional de Tecnologias de Informação de Moçambique), a ARME (Agência Reguladora Multisectorial da Economia de Cabo Verde), entre outras organizações.
Demi Getschko (NIC.br), Renata Mielli (CGI.br), Luisa Lopes (.PT), Lourino Chemane (Moçambique), Leonilde Santos (Cabo Verde), André Pedro (Angola) participaram da abertura do Fórum, que contou com seis painéis e mais de 30 debatedores, e já tem confirmada sua segunda edição em 2024 em Cabo Verde.
“Ao final desses dois dias, reconheço que realmente demos um passo pioneiro e inédito nos debates sobre governança da Internet, sobre promoção da diversidade, do multilinguismo, do respeito a todas as diferenças que devem ser preservadas e observadas na perspectiva de que precisamos construir uma sociedade democrática, que respeite o outro e produza consensos para que possamos fortalecer nossas democracias”, comemorou a coordenadora do CGI.br, Renata Mielli.
Os debates
O português na rede
O painel “A língua portuguesa na Internet” foi moderado por Suzete Centeio (Agência Reguladora Multissectorial da Economia de Cabo Verde) e contou com participação de Gilvan Müller (Universidade Federal de Santa Catarina e cátedra Unesco em políticas linguísticas para o multilinguismo), João Laurentino Neves (Instituto Internacional da Língua Portuguesa e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP) e Ismael Gómez (Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Durante o debate foram apontadas oportunidades para a língua portuguesa na Internet. Entre as forças da língua portuguesa identificadas estão: a colocação como sexto idioma em termos de falantes L1 (língua materna); nono de falantes L1 e L2 (segunda língua); e o fato de ter uma presença mundial de relativa importância nas indústrias culturais. Como fraquezas, apresenta porcentagem baixa de falantes conectados e é mais consumidor do que produtor de conteúdo na internet, o que o torna uma língua deficitária. Além disso, precisa superar uma forte brecha digital em países africanos (exceto Cabo Verde) que falam o idioma.
Foi ressaltada a importância de uma presença forte do português na rede, pois se torna mais uma forma de promover e defender o multilinguismo como expressão da diversidade linguística e cultural e de afirmação e empoderamento de seus falantes e das suas comunidades de referência presentes em vários continentes.
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/DKfHjtlQy9c?si=V0O_hKGNSv6xB67s
Inteligência Artificial
Mediado por Diogo Cortiz, o painel "Inteligência Artificial: Desafios e Oportunidades Para a Língua Portuguesa" levantou uma importante discussão sobre a concentração da IA nas mãos de poucas big techs. Também participaram do debate Antônio Branco (Universidade de Lisboa), Cláudia Freitas (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo), Cláudio Pinhanez (IBM e Centro para Inteligência Artificial da USP), Sandra Avila (UNICAMP) e Marco Neves (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).
Neste contexto, foi levantado que os modelos gerativos precisam ser alimentados por um grande volume de textos, sendo que a maioria deles está disponível em inglês, um problema não só do ponto de vista do idioma, mas dos temas tratados. Para avaliar esses modelos, pesquisadores brasileiros têm usado traduções de materiais, comprometendo o resultado, já que a língua está relacionada à cultura e a identidade de um país. Todos apontaram a grande necessidade de investimento para processamento de grandes modelos de linguagem em português, para alcançar uma boa situação nos modelos de IA
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/WKLXCZ9HT94?si=YR6U-RkxCyw5r5qC
Literatura online
Encerrando o primeiro dia, o painel "A Poesia e a Literatura em língua portuguesa na Internet", colocou em pauta o impacto da Internet no consumo da leitura e da literatura. A conversa foi moderada por Raquel Marinho (Portugal) e contou com a participação dos escritores Lucilio Manjate (Moçambique), Alice Neto de Sousa (Portugal), Madu Costa (Brasil), Anelito de Oliveira (Brasil), Maria Carolina Machado (Brasil) e Ana Paula Tavares (Angola).
O consenso foi de que a Internet amplia a visibilidade dos trabalhos, permitindo que obras circulem por diversas latitudes e alcancem inúmeros leitores, lembrando que durante a pandemia COVID-19 o ambiente digital foi fundamental. Por outro lado, foram feitas ponderações, destacando que o texto literário exige dar tempo ao tempo, o escritor tem que amadurecer, enquanto a rede tem um ritmo mais acelerado.
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/pm3HgEWH-OI?si=q6CDAR85lNyKn0fk
Capacitação Digital
Na abertura do segundo dia de evento foi a vez de serem colocadas em pauta as “Iniciativas em língua portuguesa de Capacitação Digital e em Governança da Internet”. Participaram da discussão Hartmut Glaser (EGI – Brasil), Luiza Mesquita (Brasil), Luisa Lopes (.PT), Sérgio Cossa (Moçambique), Cláudia Mendes Silva (Women-In-Tech, Portugal), João Pedro Martins (Youth Portugal) e Ariane Ferro (Youth Brasil). Durante o painel, foi apontado que todos devem ser chamados para participar das discussões sobre governança, uma vez que a Internet é um espaço democrático. Se há problemas, eles não estão associados à Internet, mas no modo como as pessoas a utilizam. Por isso a importância da inclusão de todos em debates como este.
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/NizRYleNOd4?si=KGwOMJA9rzw7sinU
Almanaque da Internet Lusófona
Em mesa moderada por Everton Rodrigues (Brasil), com participação de Andreia Brito (Portugal) e Sérgio Cossa (Moçambique) houve o lançamento da iniciativa para um “Pequeno Almanaque da Internet Lusófona”. Foi um momento de trocas de experiências sobre os ambientes legais e regulatórios de diferentes países com contribuições também de representantes de Cabo Verde e Angola.
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/oPIIggy8qP0?si=dpjRQE8Jcut15Tmr
Por fim, o painel “Cooperação e criação para um Secretariado do FGI Lusófono” contou a participação de Renata Mielli (CGI.br), Ana Neves (Portugal), Marielza Oliveira (Unesco), Deolindo Costa (São Tomé e Príncipe), Marcelo Martinez (Brasil), Eugenio Macumbe (Moçambique), Veridiana Alimonti (Brasil) e Lucenildo Júnior (Angola Cables). O debate dedicou-se a aprofundar conversas sobre proteção digital e como o idioma português pode ser uma ponte para melhores resultados no Pacto Global Digital 2024. Também na ocasião foram feitas pontuações para eliminar brechas e desigualdades digitais, destacando passos importantes como proteção de direitos humanos, cooperação em IA, segurança no Ambiente Legal, entre outros.
Debate na íntegra: https://www.youtube.com/live/OmIDVPyPEb4?si=9BZ6B3UfO32TVgd3
Encerramento
Carlos Cecconi, gerente da Assessoria ao CGI.br e integrante da Comissão Organizadora do evento, comandou a sessão de cooperação e criação de um secretariado para o Fórum. Com representação multissetorial, equânime e em conjunto com a comunidade lusófona, o grupo debaterá a programação do encontro do próximo ano.
Durante a sessão, Cecconi também leu a Carta de São Paulo do Fórum da Governação da Internet, que apresentou os princípios básicos e os pontos discutidos na 1ª edição, com o intuito de dar fundamentação para a continuidade do que foi debatido.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.
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